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terça-feira, 22 de março de 2011


Oração do professor
Senhor, tu me conheces. Sabes onde nasci, sabes de onde venho, quem sou. Conheces minha profissão: sou professor. Desde criança, tinha em mim um imenso desejo de ensinar. Queria partilhar vida, sonhos. Queria brincar de reger. Reger bonecos. Plantas. Reger as águas do mar que desde cedo aprendi a namorar.A todos ensinava, Senhor. Criava e recriava histórias para senti-las melhor, para reparti-las com quem quisesse ouvir. Eu era um professor. Fui crescendo e percebi o quanto o sonho era real. Queria ensinar mesmo. Estudei. Concluí o curso universitário. Hoje sou, de fato, um professor. Com diploma, certificado e emprego estável. Hoje não são bonecos que me ouvem, são crianças. Dependem tanto de mim. Do meu jeito. Do meu toque. Do meu olhar. São crianças ávidas de aprender. E de ensinar. Cada uma tem um nome. Uma história. Cada uma tem um ou mais medos. Traumas. Têm sonhos. Todas elas, crianças queridas, sonham. E eu. Eu, senhor, sou um gerenciador de sonhos. Sou um professor. Respeito todas as profissões. Cada uma tem seu valor,sua formosura. Mas todas elas nascem da minha. Ninguém é médico, advogado, dentista, doutor, sem antes passar pelo carinho, pela atenção, pelo amor de um professor. Obrigado, Senhor.Escolhi a profissão certa. Escolhi a linda missão de partilhar. Tenho meus problemas. Sofro, choro, desiludo-me. Nem sempre dá certo o que programei. Erro muito. Aprendo errando, também. Mas de uma coisa estou certo: sou inteiro. Inteiro nas lágrimas e no sorriso. Inteiro no ensinar e no aprender. Sei que meus alunos precisam de mim . E eu preciso deles. E por isso somos tão especiais. E nesta nobre missão de educar, nossa humanidade se enriquece ainda mais. Sou professor. Com muito orgulho. Com muita humildade. Com muito amor. Sou professor! Amém! Gabriel Chalita

domingo, 20 de março de 2011

Dia Mundial da Consciência sobre o Autismo

A ONU decretou 2 de abril como o dia Mundial da Consciência sobre o Autismo, é uma data que serve como referência para que autistas, suas famílias, governos e sociedade em geral discutam o autismo e reafirmem o compromisso de promoção da inclusão e defesa dos seus direitos fundamentais, tais como saúde, educação, lazer, liberdade, respeito pelo lar e pela família.
Novos estudos no âmbito internacional apontam que cerca de 1% da população possui algum Distúrbio do Espectro do Autismo, no Brasil isso significa algo em torno de 1,9 milhão de pessoas que, muitas vezes, são multiplamente vulneráveis e suscetíveis à violação de seus direitos quando encaram os desafios diários de inerentes à sua condição aliados ao preconceito, à indiferença, ao abandono, à falta de escolas inclusivas que atendam suas necessidades, à indisponibilidade dos serviços médicos qualificados e à pouca cobertura e abrangência dos serviços de habilitação e reabilitação.
A ONU reconhece o autismo como deficiência e as pessoas com autismo são também protegidas pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência que foi ratificada pelo Brasil em 2008 com status de emenda constitucional. Isso demanda uma nova postura dos movimentos ligados aos autistas e suas famílias, baseada nos direitos humanos e nos princípios não discriminação, aceitação das diferenças e plena inclusão e participação na sociedade, demanda também políticas públicas efetivas e abrangentes que garantam que as pessoas com autismo tenham condições de se desenvolver, preservar sua identidade e compartilhar de todos os meios sociais de forma não segregada.
Por isso, no dia 2 de abril de 2011 e na semana de 4 a 8, é importante que mobilizemos a sociedade para debater a temática, promover a consciência e demandar por mais políticas públicas para pessoas com autismo. Isso poderá ser feito de muitas maneiras:
Audiências públicas nas câmaras municipais e assembleias estaduais para debater e propor ações e políticas públicas;
Mobilização dos meios de comunicação (entrevistas, artigos, matérias);
Roda de conversas com familiares buscando o apoio mútuo e fortalecimento para o acolhimento e garantia dos direitos;
Blitzes, caminhadas, panfletagens falando sobre o autismo;
Palestras nas escolas para conscientizar professores e colegas de pessoas com autismo;
Uso das redes sociais twitter( #conscienciaautismo), facebook, Orkut para promover a consciência sobre a situação das pessoas com autismo, suas capacidades e combater os estereótipos nocivos e preconceituosos;
Vestir azul em homenagem ao dia Mundial da Consciência sobre o Autismo e explicar às pessoas o motivo de sua homenagem, ação realizada por pessoas em todo o mundo;
Solicitar às autoridades que iluminem um monumento público de azul dando visibilidade a esse movimento, vai acontecer o mesmo em muitas cidades do mundo;(...)
É importante que em todas essas ações usemos Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência como parâmetro norteador das discussões e que primemos também pela participação efetiva dos próprios autistas no sentido de que, sempre que possível, eles possam contribuir diretamente com fala e manifestação, dando força e vida ao lema “nada sobre nós, sem nós”.
Cada um, seja autista, familiar, amigo ou militante, independente do seu nível articulação e esfera de atuação, pode fazer sua parte para reduzir o preconceito, assegurar políticas públicas e promover uma consciência positiva acerca do autismo.
Juntos somos mais fortes

Alexandre Mapurunga
Assuntos Jurídicos da ABRAÇA – Associação Brasileira de Ação por Direitos das Pessoas com Autismo

Outras informações:
http://www.un.org/en/events/autismday/